Vida de Pai

Arquivo : dezembro 2012

Eu sou o Don Corleone de uma criança
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Renato Kaufmann

Afilhados são uma forma da natureza enganar a gente, fazendo parecer que filho não dá trabalho.  Afinal, é como um filho que você pode devolver a qualquer hora.

O meu, o Luca, me fez um desserviço, porque ele parecia japonês, e não tendo pais japoneses, me permitia toda uma gama de ótimas piadas sobre a sua origem. Agora, ele já parece mais com o seu pai e matou minha piada.

Como a gente só tem certeza da mãe, acho, ser parecido com o pai  deve ser uma forma evolucionária de evitar a defenestração de bebês por seus pais-homens-das-cavernas, ou qualquer que seja o nome do ato de atirar alguém ou alguma coisa pela entrada da caverna. Um teste de DNA ambulante.

A Lucia também tem um padrinho, que aliás é o pai do Luca. Quando ele pensa que ninguém está olhando, fica ensinando coisas pra ela como “Pai, troca o som que essas suas músicas são chatas”. Ainda mato esse desgraçado, dado que meu gosto musical é ótimo. Mas, quando precisa, ele se redime, inventando músicas pra ela, como   “eu não gosto da girafa”.
Não me canso de ver esse vídeo.

 

 


Mais rápido que o som, mais lento que o sono
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Renato Kaufmann

Quando a gente tem um bebê, ganha vários podres poderes, como a super audição. Você ouve seu filho chorar antes que a babá eletrônica consiga transmitir. Você ouve ele chorar à grandes distâncias. Raios, você ouve todos os bebês do prédio. Bebês aleatórios chorando a um raio de três quarteirões conseguem te dar sobressaltos no sono. Porcaria de superpoder

A Lucinha está com quatro anos. Outro dia acordei quando ela caiu da cama, antes mesmo dela começar a chorar. De manhã, ela levanta antes das sete e eu já desperto quando ela abre a porta do seu quarto, ou, no máximo, quando ela abre meu olho à força e grita no meu ouvido “ABE O OLHO PAPAI O SOL JÁ COIDOU. ACOIDA PAI ACOIDAAAAAAAAAA”.


No tempo em que festejavam o dia dos meus anos
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Renato Kaufmann

ilustração: Eduardo Souzacampus

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(título: Fernando Pessoa)