Videogame na sala de aula
Renato Kaufmann
Um dos jogos mais revolucionários já criados chama-se Portal. Nele, você tem uma arma que abre dois portais – entra em um e sai no outro, simples assim.
Todas as (outras) leis da física se mantém. No exemplo abaixo, o jogador precisa pular de uma certa altura, cair com velocidade dentro de um portal que colocou no chão, para sair com essa mesma velocidade de um portal que colocou na parede – e alcançar a plataforma, que é seu objetivo.
A história do jogo também é muito legal, menos se você for o tipo de pessoa que pula a narrativa pra cair direto na parte jogável dos games. Mas o que atraiu a atenção de professores de física e matemática não foi a história, e sim a chance de ensinar as crianças usando algo que elas tenham paixão por.
Na hora de lançar Portal2, os desenvolvedores já tinham em mente esse potencial para educação. Então eles lançaram também uma ferramenta que permite que você crie suas próprias fases, desafios e exercícios, e o site “Ensinando com Portais”, que traz planos de aula e recursos, ajudando os professores a integrarem o game e essas ferramentas ao currículo escolar.
Quando eu penso que a Lucia pode ter os videogames mais legais do mundo na escola e vai aprender mais rápido por causa disso, ou ao menos com mais prazer, me dá uma inveja danada. Pro inferno, Ricardinho que comprou trinta laranjas e perdeu duas! Danem-se, trens indo em direções opostas a diferentes velocidades e onde eles se encontram no caminho!
Já até imagino o diálogo:
– Pai, sai desse videogame!
– Pô Lucia, eu tô quase passando de fase. Vai lá fazer a sua lição de casa, vai.
– Pai, isso aí que você está jogando é a minha lição de casa. Agora dá licença!